quinta-feira, 6 de maio de 2010

Em tempo...agradecimento a DASLAN MELO LIMA pela homenagem a minha tia APELONICE











sábado, 23 de janeiro de 2010

SESSÃO NOSTALGIA - APELONICE LIMA, MISS PASSO FUNDO 1977
....................Daslan Melo Lima. O ano era 1977. A revista MANCHETE, um dos maiores sucessos editoriais da época, circulou em todo o país no dia 11 de junho com uma matéria instigante: “Rio Grande do Sul - Uma negra pode ser Miss?”

RIO GRANDE DO SUL – UMA NEGRA PODE SER MISS? Apelonice perdeu o título para Rosângela: tudo nela era perfeito, menos a cor. Apelonice Lima, 21 anos, universitária, foi eleita, à semana passada, Miss Passo Fundo, cidade gaúcha localizada a trezentos quilômetros de Porto Alegre. A jovem, de medidas esculturais (1,73m de altura, 90cm de busto, 90cm de quadris, 61 cm de cintura e 55cm de coxa), não teve , entretanto, seu nome homologado pelo presidente do júri, o jornalista César Romero, por um motivo insólito: sua cor negra. “Como nossa cidade seria visto no concurso de Miss Rio Grande do Sul tendo como candidata uma pessoa de cor?”, perguntou Romero. Na tentativa de ter a cidade bem representada, o júri, integrado por figuras da sociedade local, fez três votações, prevalecendo a última, em que foi eleita Rosângela Esmeralda dos Anjos – uma jovem branca que ficara em segundo lugar.

O público, tão logo foi anunciado o resultado definitivo, vaiou a escolha.A repercussão não se circunscreveu, no entanto, ao local do concurso. Ao se reabrirem os trabalhos legislativos, alguns vereadores pediram a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o caso em todos os detalhes, acenando com a possibilidade de aplicação da Lei Afonso Arinos a César Romero. Apelonice Lima nega-se a comentar as punições que seriam aplicadas ao presidente do júri, limitando-se a dizer: ”Fiquei muito perturbada com tudo isso. Foi como se tivessem dado uma bofetada no meu rosto. Até agora nunca tinha sofrido qualquer problema ligado à minha cor.”(Reportagem de Marina Wodtke - Imagens: Foto Sousa - Revista MANCHETE




(11/06/1977)A PRIMEIRA MISS UNIVERSO NEGRA Janelle Commissiong - Miss Trinidad Tobago - Miss Universo 1977 - terceira foto acima



Fico pensando nas coisas que passaram nas cabeças das pessoas preconceituosas daquele distante 1977. A Miss Universo de 1977 foi Janelle Commissiong, de Trinidad Tobago, a primeira negra a conquistar o mais importante título de beleza do planeta Terra.
UMA NEGRA PODE SER MISS?
Uma negra pode ser Miss? Sim. O planeta Terra, com sua diversidade extraordinária, é um celeiro de reflexões sobre os conceitos – e preconceitos – do que é normal e do que é belo.Uma negra pode ser Miss? Que respondam os milhares de admiradores das misses abaixo, apenas para relembrar uma dúzia de ícones do ébano das passarelas nacionais e internacionais dos concursos de beleza:
Agbani Darego, primeira foto acima, Miss Nigéria, semifinalista no Miss Universo 2001, eleita Miss Mundo 2001 (imagem do http://www.jamati.com/);

Aizita Nascimento, Miss Renascença, sexta colocada no Miss Guanabara 1963;

Ana Maria Guimarães, Miss Pernambuco, semifinalista do Miss Brasil 1988;

Deise Nunes, Miss Rio Grande do Sul, Miss Brasil, semifinalista do Miss Universo 1976;

Dirce Machado, Miss Renascença, quarto lugar no Miss Guanabara 1960;

Elizabete Santos, Miss Renascença, terceira colocada no Miss Guanabara 1966

Gina Swainson, Miss Bermudas, vice-Miss Universo 1979, eleita Miss Mundo 1979;

Janelle Commissiong, Miss Trinidad Tobago, Miss Universo 1977

Maria da Conceição Silva (Marina Montini), Miss Cacique de Ramos, sétima colocada no Miss Guanabara 1966;

Mpule Kwelagobe, Miss Botsuana, Miss Universo 1999;

Vera Lúcia Couto, Miss Renascença, Miss Guanabara, vice-Miss Brasil e terceira colocada no Miss Beleza Internacional 1964;

Wendy Fitzwilliam, Miss Trinidad Tobago, Miss Universo 1998;

EPÍLOGO Apelonice Lima. (Imagem: Foto Sousa, revista MANCHETE, 11/06/1977)



A cidadã Apelonice Salete Lima Fuchina de hoje - esposa, mãe e uma das figuras mais queridas da sociedade de Passo Fundo - é uma pessoa comprometida com as causas que visam à promoção social e cultural dos afrodescendentes. No III Congresso Internacional de Linguagens, realizado em Erechim, Rio Grande do Sul, ela estava lá, ministrando um curso sobre arte e dança na cultura africana, com a consciência tranqüila dos que dão a sua parcela de contribuição para a construção de um mundo melhor.

Postado por DASLAN MELO LIMA às 02:20

Nenhum comentário:

Postar um comentário